Assim que descobriu que esperava uma menina, a jornalista Joana Dale já tinha duas certezas: se chamaria Iolanda e o quarto não seria rosa. Era hora de começar a arrumar o segundo cômodo do apê, no Humaitá, Rio, até então usado como escritório e lugar para livros – tirar a tralha e pensar no cantinho da primeira filha. Joana logo imaginou uma combinação de verde e cinza, uma base neutra, jogando cores nos móveis e na decoração pra não enjoar.

_ Só que quando fui pesquisar berço, vi que precisaria de um modelo com trocador e bicama junto, pra otimizar o espaço, e acabei escolhendo um basicão mesmo, branco e mais em conta, da Abracadabra. Além disso, o grande armário-estante de compensado que já existia nesse quarto (apê alugado, sem jogo para tirar) foi pintado de laca branca. Foi ficando tudo muito branco… _ conta Joana.

Pra completar, na hora de escolher o papel de parede, ela e o marido, o fotógrafo Daniel Ramalho, se apaixonaram por um modelo de balões bem coloridos da Milk Studio. Joana já conhecia e era fã da designer Pri Saboia (à frente da Milk), que acabou cuidando de todo enxoval da Ioiô.

_ Os balões levam à metáfora de voar, levar pra cima, simbólico como os pássaros e borboletas _ reflete Daniel.

_ E acabou que a Pri ainda sugeriu um papel azul a meia altura na outra parede, onde fica a poltrona de amamentação, e deu uma composição bem legal _ completa Joana.

A poltrona é antiga na família – foi a mesma que a avó de Iolanda usou para amamentar Joana, ganhou estofado novo, com tecido azul de bolinhas brancas. Esse cantinho ficou um mimo, com a parede cheia de presentes. Tem quadrinhos pintados à caneta da artista plástica Clara Veiga, luminária nuvem dada pela arquiteta Marcela Groth, madrinha de consagração (“ela me ajudou muito na decoração, me freou… eu queria tudo!”, diz a jornalista), câmera fotográfica de madeira, nome em tricoline da @acheioqueeuqueria… O nome da pequena também dá as boas-vindas na porta. Quem lembra das palavras em purpurina colorida do Wilson Piran? Um clássico nos anos 80!

_ Eu tive um “Joana” no meu quarto quando era pequena, e agora ele fez esse de presente _ lembra a mãe da Ioiô.

O quarto é recheado mesmo de referências afetivas. O lustre era do quarto de soleira de Joana. Os potinhos de porcelana do kit higiene foram pintados pela tia (repare, reproduziu os balões do papel de parede). E é perto do trocador que se destaca ainda uma obra do Nelson Leirner, um múltiplo (com a cara do Pato Donald).

_ Ficava na nossa sala e a Iolanda ficava olhando, chama atenção pelas cores. Tivemos então essa ideia de botar no quarto dela _ conta Joana.

Para finalizar, só faltava algo para a parede embaixo da janela, que acabou ganhando uma inspiração montessoriana, com espelhinho para a bebê se curtir (e ela adora!), um revisteiro para ela pegar à vontade seus livrinhos e um cabideiro de coelhinho.