“Há tempos queríamos fazer uma viagem pra Europa com as crianças, mas os planos sempre acabavam adiados – fosse por falta de orçamento ou por falta de disposição para encarar avião e a rotina turística no velho continente com os pequenos. Mas Daniel e Marina já completaram 12 e 8 anos, e em uma pesquisa pelas cias aéreas, chegamos a passagens com preços mais atraentes e possibilidade de muitas parcelas. Foi assim que decidimos o destino. Partimos para Madri no fim de janeiro para ficar 10 dias por lá, do jeito que a gente gosta, sem um roteiro frenético. E começo logo com um acerto: alugamos um apartamento (airbnb) para chamar de nosso por esse período. Nos instalamos com conforto e espaço, um quarto pros filhos e outro pra gente, cozinha bem equipada e charme de sobra. Para 10 dias, acho bem mais gostoso o dia a dia em um apê, “brincar de casinha”, viver o bairro como um morador… E ainda com a vantagem de conseguir economizar na alimentação porque comemos bastante em casa.

Nossa rotina era acordar no meio da manhã, tomar um café da manhã reforçado sem pressa e partir para passar o dia inteiro na rua. Quando batia a fome (ou o cansaço), sentávamos pra comer as famosas tapas em algum dos mercados ou bares. De noite, acabávamos cozinhando e jantando em casa, conversando sobre o dia, programando o seguinte, vendo TV… Deu muito certo!

Estava assustada com o preço do euro e de errarmos a mão nos gastos, mas a Espanha é uma ótima opção para quem não quer ou não pode gastar muito. Madri não é cara! Sentamos em restaurante com menu (entrada, prato principal e sobremesa) por 11 euros, cada. E nas paradas para as tapas, gastávamos entre 15 e 20 euros para nós quatro. E a hospedagem custou por volta de 250 reais (sim, reais), por dia (janeiro 2018). O metrô funciona muito bem e outro ponto a favor da Espanha é o clima: frio, claro, pero no mucho. Uma boa para as férias de janeiro na Europa sem congelar. Pegamos temperatura de 10, 12 graus…

Listinha de programas:

* No primeiro dia, fomos a Plaza Mayor. Linda, rodeada de edifícios. Tem um centro de turismo por lá para pegar mapas e todas as dicas que precisar. Perto da Puerta del Sol, outro ponto bem turístico. Fomos andando, curtindo os arredores por ali, cheio de vida (aliás, achei a cidade toda cheia de vida, vida noturna também, animada!). Descemos para o bairro La Latina e caminhamos um pouco por ali.

* Passamos uma tarde no Parque El Retiro. Outro lugar cheio de gente, bonito, com lago e palácio de cristal.

* Os jardins do palácio real também valem um passeio. Daniel e Marina gostaram dos labirintos verdes (veja a foto grande acima). O palácio é enorme, não entramos. Meu conselho é: escolha apenas um ou dois museus grandes para visitar. As crianças não têm paciência e normalmente conseguem acabar com a sua, hehe…

* Dos três museus imperdíveis, perdemos um. Eu queria ter perdido dois! Aqui, reforço o ponto anterior: é realmente uma roubada esse programa com crianças. Saí um pouco traumatizada do Reina Sofia, confesso, mas até os últimos dias da viagem me recuperei e tomei coragem para o Prado, que foi bem mais “light”, apesar de enorme. Qual foi a diferença da primeira para a segunda experiência? Acho que expectativa. No Reina Sofia, chegamos pra curtir, ficávamos lendo as legendas dos quadros com mais calma, sentávamos para assistir aos vídeos…. Após meia hora, Daniel e Marina se implicavam sem parar, se penduravam em mim e tudo que eu queria era sair dali. Já para o Prado, eu dei uma estudada antes. Já sabia quais eram as obras que “tinham” que ser vistas e fiz apenas um passeio lá dentro, dando uma olhada geral. E conversei muito com eles antes, prometi “coisas” caso se comportassem. Deu bem mais certo!

* Ficamos hospedados em um bairro que eu adorei! Malasaña é uma graça, ruas estreitas e em cada uma que você anda, descobre novas lojinhas, loja conceito, brechós, bares, coworkings, gente bacana (exemplo: calles de La Palma, Espiritu Santo, Corredera de San Pablo…). Ficamos na Calle Tesoro e no início dela tem uma pracinha cheia de bares (como o Ojalá), maior astral! A rua Fuencarral dá para andar inteira (um dia de comprinhas). Meus filhos foram boas companhias nessas caminhadas, curtiam junto. Acho que nessa idade dá para eles acompanharem bem os programas que os pais querem fazer. Chueca é o bairro vizinho a Malasaña e bem parecido, vale se perder por ali também. Visite a livraria Panta Rhei, na calle Hermán Cortés, com títulos legais de design, moda, decor… Tem até uma miniexposição no andar de baixo. Fomos a um restaurante simpático nesse bairro: Bazaar (calle Libertad), perto da Gran Via.

* Para os famosos belisquetes, os mercados de comida são muito legais: San Miguel (perto da Plaza Mayor) e San Antón (em Chueca). São vários “stands” com comidinhas e mesas coletivas. Você vai escolhendo o que quer e senta pra comer, uma degustação deliciosa! Todo meu amor as ‘croquetas de jamon’! No San Antón, tem um supermercado embaixo. No subsolo do El Corte Inglês, também tem um bom supermercado e no último andar, dá escolher tapas e sentar, vale a pena!

* Tivemos um dia inteiramente dedicado às crianças no parque de diversões Parque de Atracciones (Nickelodeon), com diversas montanhas russas. Fica dentro da cidade, dá para chegar de metrô. Ponto alto da viagem para eles!! Junto com assistir a um jogo do Real Madrid no Santiago Bernabéu. E o estádio pode ser visitado mesmo sem jogo, tem museu e tal…

*Há cidades perto para fazer um bate e volta de Madri. Nós fomos a Toledo, fica a 35 minutos de trem (partida da estação de metrô Atocha Renfe) e foi ótimo. Cidade bonita, histórica, cheia de referências a religiões diferentes que conviveram em harmonia por lá lá”.