O caminho

“Tiramos nove dias de férias em julho para essa viagem. E escolhemos ir em um sábado e voltar no outro domingo para pegar poucos caminhões na estrada. Em uma pesquisa na internet, descobri a região de Carandaí e Santana dos Montes, em Minas Gerais, como um ponto de parada no longo caminho até Inhotim – com crianças, calculo cerca de oito a nove horas de carro do Rio até lá (Inhotim fica a uma hora de Belo Horizonte). Acabamos passando três dias nessa região, em um hotel fazenda chamado Fonte Limpa e foi bom demais!”

Chegamos a Inhotim

“A gente se hospedou na zona rural de Brumadinho, que fica a uns 15 minutos do parque de Inhotim. A escolha da pousada, tipo uma chácara, foi um acerto e tanto: Hotel Fazenda Nova Estância. Além dos quartos grandes, o café da manhã é cheio de delícias mineiras e a área da piscina é bem bonita e convidativa. Tem ainda um restaurante que funciona à noite, então depois de um dia inteiro de parque, já sabíamos que era só chegar, tomar banho e descer para comer uma comidinha gostosa no hotel mesmo”.

O parque

“O acesso de Brumadinho a Inhotim é por uma estradinha bucólica que parece de filme. Já dá um gostinho do que vem pela frente. Achei o parque um programaço para crianças e adultos! O jardim, idealizado por Burle Marx, é um espetáculo à parte, com lagos, espécies de plantas raras e muitos pássaros. Fomos três dias. No primeiro – uma quarta-feira (dia que a entrada é gratuita) -, como estava muito cheio, a gente passeou muito a pé, vendo mais as obras ao ar livre. Foi bacana sentir o movimento, com as mais diversas pessoas: tinham até grupos chegando de helicóptero e outros de van, tipo “lotação”. Demais!

No dia seguinte, compramos ingresso com direito a “carrinho de golfe”. Valeu a pena, pois o parque é muito grande e sem esse transporte as crianças não aguentam. O ideal é não comprar esse passe para todos os dias – há muitas galerias e pavilhões que só se tem acesso a pé. Por isso, no terceiro dia, voltamos a caminhar. Almoçamos no Restaurante Oiticica, na beira do lago, uma delícia!”

Diversão e arte

“A Letícia, de 11 anos, gostou muito do pavilhão do Som da Terra, do Galpão Cardiff & Miller. O espaço, por si só, lembra uma caverna de sonhos. e quem senta e escuta a gravação fica completamente envolvido numa história fantástica (em inglês, mas tem tradução). Também fizeram sucesso com a Lelê a galeria do Cildo Meirelles (tem o charme do “Desvio para o vermelho” – como o nome já diz, o espaço é todo, todo vermelho. Uma loucura imperdível), a Cosmococa e a galeria Matthew Barney (com um trator enorme arrancando uma árvore branca. Uma instalação ligada a uma lenda orixá, super impactante).

A Bruna, de 2 anos, curtiu bastante correndo pelos gramados, mexendo em tudo o que podia ou não (vez em quando um monitor alertava que determinada obra não podia ser tocada). O que ela mais amou foi a Galeria do Tunga. Ela entrou num mundo da fantasia, imaginando tranças da rapunzel, potes de ouro e piratas… Tem também uma casinha de madeira com espelho no meio da mata, que é muito bacana. Dentro, ela é toda espelhada e fica tocando uma música, passando um vídeo de pessoas dançando. É na galeria Valeska Soares.

Na área ao ar livre, a gente adorou o jardim suspenso de bolas de metal, da Yayoi Kusama. As bolas vão se mexendo, boiando na água e fazendo uns sons… Tudo depende do vento. Um barato!

E, por útimo, se estiver sol, não deixe de levar roupa de banho e cair na piscina. Sim, tem uma piscina no parque, que é uma instalação que pode ser literalmente usada. Imperdível”.