Foram ao todo 28 dias de convivência da família em um motorhome de cerca de 6m2. O espaço era apertado, mas as paisagens abertas e deslumbrantes. E tudo não poderia ter sido mais bem sucedido. Acostumados a colocar o pé na estrada com as crianças e fãs de lugares selvagens, Priscilla Saboia e Beto Hargraves simplesmente amaram a experiência na Nova Zelândia. E olha que a rotina de viajar com um motorhome é puxada!

_ Alugamos o motorhome na “Wilderness” , uma companhia que tem carros alemães famosos por serem confortáveis e confiáveis. Até tivemos que trocar a nossa em um dado momento, porque deu problema, mas eles foram super solícitos e deram assistência. O espaço se dividia em uma cama de casal e outra que baixava do teto. Tinha banheiro, chuveiro, mas preferimos usar os dos campings. Em cada lugar que parávamos, tirávamos o esgoto e abastecíamos com água. Esse ritual acabou fazendo parte da viagem e as crianças entraram no ritmo _ conta Priscilla.

A família, aventureira, partiu para a Nova Zelândia no final do ano, atrás de ondas. Em Aukland, na capital da NZ, ficaram cerca de 6 dias. Depois seguiram para um camping “meio hippie” , em Hourora Road, onde Beto surfou uma onda gigante. No caminho para Shiprack Bay (local clássico de onda), pararam em uma barraca de melancias para as crianças se deliciarem.

_ Nosso roteiro foi muito solto. Íamos em busca de ondas, se alguém sugeria um lugar e a gente se animava, mudávamos tudo. O motorhome dá essa liberdade, você não precisa reservar com antecedência. Na NZ, também é permitido fazer free camp. O único cuidado é checar se não vai ficar sem eletricidade, porque o motorhome precisa ser ligada na tomada. Em várias praias, fazíamos um piquenique e montávamos uma espécie de barraca improvisada para as crianças, com as cangas da Milk. E elas corriam soltas, dormiam, relaxavam. Um ritmo completamente diferente do que vivemos no dia a dia por aqui. Isso faz toda a diferença nas férias.

Em cerca de um mês, a família rodou as duas ilhas – na do sul, Pri conta que chove bastante: “Mas é mais selvagem. Gostamos muito desse clima”. Ela recomenda especialmente uma parada no “ Truman Path” , onde uma cachoeira desemboca no mar. E como eram as refeições?

_ Na verdade comíamos fruta e saladas. Fiz muito sanduíche de atum com abacate e tomate, um must. E cuscus com esses mesmos acompanhamentos. O legal é que as crianças entraram direto no clima e foram muito companheiras. O Phil surfa também e seguia o Beto desbravando as ondas menores.

Em seguida, mas já sem o motorhome, eles foram para a Austrália por mais um mês. Ali, o esquema foi viajar de carro comum e alugar casa no site Airbnb.

_ Mas sentimos falta do estilo selvagem e o povo educado da Nova Zelândia. O que destacamos, nessa segunda etapa, foi Noosa Heads, no norte (Queensland), uma cidade bem fofa. E, depois, Byron Bay que, entre junho e novembro, dá para avistar baleias passando e tem ótimos pontos de mergulho _ arremata ela.

Leia trechos do diário com as anotações de Priscilla:

“Pegamos o motorhome e tinha muita coisa para aprender, afinal é uma casa móvel e nunca tinha entrado em um com banheiro e chuveiro, cozinha completa, duas camas (uma delas desce!). Aprender cada detalhe, ver o vídeo, pegar o manual, enfim… Arrumei nossas coisas dentro do motorhome enquanto Beto ficava com as crianças. Era preciso organizar tudo.

Resolvemos partir para o Norte, para Paihia – Bay os islands. Seria nossa primeira parada perto da praia e achamos um campground que parecia ótimo, em frente da Haru Haru Falls. O lugar era lindo, de frente pra cachoeira, as crianças amaram! A cidadezinha de Paihia é fofa e pertinho de onde estávamos. Vale a pena dar uma voltinha, tem seu charme. Ficamos duas noites.

Depois fomos para Kari Kari, na Whatuwhiwhi  Bay. Holiday Park campground fica em uma baía bem bonita – a vista de quando você chega é demais! Fizemos churrasco de peixe à noite.

Depois, partimos em direção de Shipwreckbay atrás de onda e paramos no meio do caminho, em uma barraca de melancias. Comemos uma inteirinha! Fiz uma cabana com a canga na praia, na beira do rio. Parei um carro de surfistas na esperança de infos sobre ondas e ficamos sabendo da The bluff em direção a Cape Reinga, na 90 miles beach mais ao norte. Entramos no motorhome e fomos, mas  nada de indicação de entrada para onde a onda quebra. Parece que fica em terra Maori e não é sinalizada. De quebra, lemos no guia de surf da NZ que por ser uma onda nos corais em uma praia desabitada, nao é raro ver tubarões. Sorte que não achamos a tal onda! Descemos então em direção de Rarawa Bay, mas o mar estava giga. Desistimos e fomos a uma praia pra baixo que provavelmente teria as mesmas condições de Rarawa. Fomos então para o campground que vi no guia. Chegamos já às 19h  e acampamos em Hourora Road, no Wagener campground – éramos os únicos não locais do camping . O camping parecia uma comunidade hippie, o lugar era lindoooo!!! No dia seguinte, acordamos e tiramos o motorhome do camping, paramos no final da rua (Horoura Road) para passar o dia e Beto surfar uma onda que estava quebrando em um banco de areia. Fiquei impressionada com a beleza desse lugar! Uma pedra que saía do mar e conforme a maré foi baixando, vários mini bancos de areia foram aparecendo. Eu e as crianças  brincamos muito! Phil entrava de um lado do banco de areia e a corrente levava ele pro final, onde saía e andava novamente para fazer tudo de novo. Mel brincou demais na areia e ficava querendo comer as conchas. Depois, Beto voltou e fomos para o nosso trailler para preparar os vongoles que pegamos. Fiz um espaguete.

Entramos no motorhome para uma viagem longa ate Kauri coast, em Dargaville. Acordamos em Kauri Coast e o lugar era demais! Rio com corredeira para descer na boia, parquinho pras crianças, com uma corda para se pendurar e pular e uma mini tirolesa, chamada The flying fox.

Seguimos para Kai Iwi lakes, um lago lindo onde paramos nossa campervan, fizemos café e as crianças mergulharam no lago. Água ótima! Aproveitamos a manhã e pegamos a estrada descendo em direção a Auckland para Bay of plenty. Chegamos final de tarde em Waihi, em Bay of plenty.

Saímos em direção a Rotorua, passando por Maunganui para conhecer a cidadezinha que falaram que era legal. A cidade é realmente bem bonitinha e muita gente de Auckland quando fica mais velho opta por morar lá. Tem uma praia legal, boas ondas e um centrinho bem fofo. Tem um parque lindo na frente da praia.

Rotorua: Esperava mais da cidade pois falaram que tinhamos que vir. É  bem turístico e conhecida pela cultura maori e os esportes radicais.

Pegamos o carro e fomos em direção a Gisborne, mais uma vez atrás de ondas. Chegamos às 21h, e de madrugada caiu um temporal que até sacudiu o campervan. Acordamos ainda com chuva tipo tempestade. Gisborne foi uma furada! Até pesadelo com tsunami eu tive. Resolvemos sair logo em direção ao sul.

Fomos para Cape kidnapper e fomos  ver se tinha onda de novo e nada. Resolvemos parar em um freedom camping na frente de um rio lindo. Mais uma vez, lugar só de locais! O nome é Ferry Reserve . Tomamos banho de rio, montanos a churrasqueira para fazer salmão e cogumelo.

Partimos para Wellington  e o pouco que vimos, amamos! A cidade toda linda, meio um Soho NY, com construções novas e antigas, barzinhos e restaurantes bonitinhos . Não pudemos ver muito pois tínhamos que pegar o ferry. Embarcamos e a paisagem do lado de fora era linda. Foi super legal a viagem e chegamos em Picton, pegamos o carro e dirijimos em direção a  Nelson Lakes National Park. Duas horas de viagem e a paisagem linda, com rios e muitos vinhedos… Quando chegamos em Lake Rotoiti, não acreditamos na paisagem linda que vimos. Saímos do campervan e fomos correndo no deck. Phil ficou super animado! quando olhei pra baixo do deck, tomei um susto com a quantidade de enguias gigantes.

Depois do almoço, partimos em para Westport. Viagem lindaaaa, paisagem surreal. Chegamos e fomos resolvemos ir para Tauranga Bay, na Seal colony bay para ver as focas. Ao invés de focas, achamos ondas! Pronto: diversão para todos, praia deserta. O rio desembocava na

Fizemos uma caminhada – a Truman walk. O caminho era meio da floresta e dava em uma praia maravilhosa, com umas pedras lindas e uma cachoeira. Ficamos doidos! Fomos checar a cachoeirinha e Beto e Phil foram ver se a baía da prainha menor estava ainda com piscininha. Estava bem legal para mergulhar, a água uma delícia!

Eu, enquanto cozinhava, fiquei olhando pro mar e vi leões marinhos.

No dia seguinte, acordamos e fomos curtir a praia e o rio do lado do camping. Lindo! O rio vem de umas montanhas surreais cheias de árvores lindas… o mar e a pedra no meio do nada!

fomos pro campground, almoçamos, tomamos chuveirada para pegar a estrada em direção a Fox glacier. Ficamos decepcionados ao saber  que o tempo estaria ruim para voar de helicóptero no dia seguinte pra lá…. Enfim, a natureza …

Resolvemos ir para Houkitika pois os rios são da cor azul turquesa. Fizemos uma trilha incrível. Não fizemos o voo de helicóptero, mas Hoikitita gorge foi a recompensa. Saímos e fomos apenas dormir em Greymouth para de manhã, ir para algum lugar rumo a Christchurch.

De manhã, resolvemos ir para Kaikoura, acima de Christchurch. Estrada linda e sinuosa como sempre. Chegamos em Kaikoura e fomos dar uma volta na cidade, que era fofa”.