A mãe entende tudo de estética, de vanguarda e de adolescência. Bia Lessa, autora da badalada exposição que marcou o evento do Rio+20, no Forte de Copacabana (2012), além de ser a responsável pela direção artística de óperas, peças de teatro e mostras (Museu da Língua Portuguesa, em SP, para citar uma), é dona de um delicioso sobrado antigo em Santa Teresa, onde montou o escritório e vive com o marido e a filha adolescente, Clara. Quando chegou o momento de montar o quarto da mocinha, já em plena fase da adolescência, a ideia foi evitar grandes obras. A base neutra prevaleceu, mas o maior investimento foi criar uma estrutura sólida para um mezanino, acessado por uma escada metálica, fixa na alvenaria, estilo de bombeiro. O tom seco, quase industrial, é a tônica do projeto e Clara adora passar horas e mais horas nesse mundo tão particular.

– O sofazinho, embaixo, é um tatame cercado de almofadas e perfeito para as reuniões sem fim das amigas. As paredes são brancas e só penduramos as guitarras que ela gosta de tocar. Lindas e marcantes. Não acumulamos muitos objetos, mas muitas peças de antigos cenários acabam indo parar na estante dela, trazendo boas doses de cor e personalidade – diz Bia.

Em cima, junto com a cama baixinha (na verdade um colchão no chão), foi montada uma estante para a TV lotada de objetos, dvds, cds e o material de escola. A mesa de cabeceira é um cubo de madeira (60 x 60 x 60 cm), pintado de preto e amarelo, criação de Bia (vários desses cubos desenham a mesa de centro, na sala de estar da casa). Um banco de papelão rígido serve de base para a luminária do gatinho, garimpo de Clara, que adora animais. O jacaré de contas coloridas é uma das aquisições mais recentes. E, repare, a janela foi dividida em duas pelo mezanino, montado com assoalho sobre ripas metálicas.

– Dispensamos em cima a montagem de um guarda-corpo, porque a Clara já é uma moça. Mas se essa ideia for feita em quarto de criança, o mezanino precisa de proteção – garante Bia,  a mãe zelosa.