O encontro de Taís Lancates com a psicóloga Robertha Blatt foi em uma festa infantil. Taís era a responsável por toda a montagem, repleta de detalhes e feita com muito capricho. Robertha, expert em tratar (e entender mente e desejos) de crianças, ficou com as imagens na cabeça. Quando se mudou para um consultório amplo, em um apartamento de quarto e sala em um prédio antiguinho de Ipanema, não deu outra: convidou a designer para fazer a decoração.

– No momento que ela me mostrou todas as estampas que queria juntar ali e as ideias impressionantes que incluíam usar porta-pão como penteadeira e escorredores de plástico como caixotes para bolas, fiquei assustada. Tudo muito diferente. Mas resolvi confiar e apostar. Estava a fim de ter um espaço ousado, que trouxesse um impacto para a criança. Algo que ela logo reconhecesse como positivo. E a história teve um final dos mais felizes: meus pacientes vêm para as consultas animados. O resultado ficou inspirador e parece incentivar uma vontade de se expor, de se abrir para o outro – avalia Robertha, mãe de dois filhos, a Manuela, de 8 anos e o Lucas, de 6 (que participaram da sessão de fotos). – É só ter uma tarde livre que eles pedem para vir para cá, brincar um pouco…

Taís conta que muitos casais que vão ao consultório comentam ser “isso que falta na nossa casa e na nossa vida: cor, estampa e ousadia”. E, convicta de que misturar faz bem, apostou em desenhar cada cantinho com muita personalidade (e sem preconceitos). Tem espaço para pintura, tem cantinho para se esparramar e ler, tem bola, bala liberada nos potes, girafa para se pendurar. Até a cozinha e o banheiro seguem o padrão “quanto mais estampado, melhor”. Estante e bancadas levam a sua assinatura (ela desenhou grande parte da marcenaria), mas vários móveis foram garimpados, como a mesa e cadeiras (Etna). E as diferentes padronagens, “rainhas do pedaço”, são do banco de imagens de Taís, que manda fazer os adesivos na Cenoprint.

– O único lugar menos colorido é a sala de atendimento. Ali privilegiamos mais os crus e básicos, com boas pitadas de azul – explica.

Boas ideias não faltam: molduras de quadrinhos valorizam os nichos, a mola branca é usada em coifas e virou brinquedo arrematando o canto do forno e fogão, revisteiros da Etna são forrados com adesivo, girafa da Besi, almofadas, tapetes da Zara Home. Até a boneca “Joelma”, da família,  ganhou um cachecol de pompom, comprado na feira da rua do Lavradio. E repare no adesivo que reproduz um dominó: um barato, não?