Simone Raitzik:

“Cercado pela Baía de Guanabara por todos os lados e de um jardim criado pelo escritório de Burle Marx, o Museu do Amanhã impressiona de longe, na Praça Mauá, região portuária do Rio, em pleno processo de revitalização. E foi assim, extasiada pela forma da aranha gigante (na verdade o arquiteto Santiago Calatrava se inspirou na forma das bromélias do Jardim Botânico), que comecei a visita ao espaço, que se propõe a apresentar a criação do universo de forma lúdica e sensorial. E discutir as várias possibilidades para os próximos 50 anos.

Não levei crianças pequenas para essa primeira visita, apenas meu filho de 18 anos, que desbravou as inúmeras telas que trazem dados, propõem jogos, desafios, e apresentam entrevistas com especialistas em áreas como física, biodiversidade, biologia, etc… Na verdade, o que os curadores apostam é que o conteúdo vai interessar todo tipo de público – de 8 a 80 anos. “Há diferentes níveis de informação e tudo é exposto de forma visualmente atraente, como uma experiência imersiva. O importante é cada um descobrir o seu percurso e a sua forma de enxergar o amanhã”, revela o gerente de conteúdo, Leonardo Menezes.

Basta ter disposição e reservar pelo menos uma hora e meia para o percurso – que se alonga pelo segundo andar da nave central.  Ali, é possível conhecer um vasto mundo de possibilidades para o futuro, embaladas por cinco grandes instalações cheias de luz, cor e movimento. A primeira é o Cosmos, uma experiência imersiva em um domo de 360 graus, com direito a almofadões para deitar, relaxar e acompanhar por 8 minutos um filme sobre a criação do universo, assinado por Fernando Meirelles, da O2 Filmes. Depois, Terra, o Antropoceno (que justamente mostra o impacto que o homem vem causando no universo), o Amanhã e, por último, Nós.

Vários jogos, no meio do caminho, são perfeitos para animar a garotada – mas o conteúdo é denso e, portanto, exige um adulto do lado ajudando a “entender” os mistérios e indagações do mundo ciência.  

O que fica bem claro é a mensagem: desde cedo é necessário pensar no futuro. E ter a noção de que somos nós os responsáveis pelo lugar em que vivemos”.”