Assim que Nicolas Bouriette e Monika Pietrusewicz resolveram morar juntos, com planos de engravidar, viram que a melhor solução seria procurar um novo endereço, mais confortável para ver a família crescer. Na época, Monika, recém-formada no curso de dança da Angel Viana, trabalhava com terapias corporais.

– Quando engravidei, vi que seria interessante montar um espaço em casa, atendendo a grávidas, já que tinha feito uma tese em cima de parto. Saímos à cata de algo para a família, que funcionasse como local de trabalho – lembra Monika.

Encontraram um imóvel assim em Ipanema, rua tranquila, prédio sem elevador e fachada tombada. Compacta, a planta com dois quartos somava 47m2, mas trazia uma sensação de amplidão, com pé direito alto, tacos de madeira em dois tons e portas balcão que se abriam para pequenas sacadas.

– Adoramos esse clima de época daqui e, principalmente, o fato de ter uma banheira, porque já planejávamos fazer um parto humanizado, em casa. Logo nos mudamos e partimos para o garimpo de móveis e objetos – completa.

Todo o quartinho de Lila foi obra de Nicolas que, pesquisando uma forma de ter a filha sempre por perto, descobriu o co-dodo, um berço acoplado à cama dos pais, muito popular na Europa, mas ainda desconhecido por aqui.

– Coloquei a mão na massa e fiz um para a gente. Acabei fazendo também o armário, a bancada, praticamente tudo. O co-dodo foi o maior sucesso entre as grávidas, resolvi comercializar – revela ele. – Por enquanto a Lila dorme ali e a estrutura é muito prática, porque fica fixada na cama com um cinto.

Fora os móveis da sala, grande parte resgatada em pequenos brechós, havia ainda o estúdio de Monika para ser montado. E esse começou a tomar forma quando Nicolas se deparou, em plena rua de Ipanema, com um homem carregando uma cadeira de Pilates em um carrinho de mão. Comprou na hora, por um valor irrisório. Trouxeram de fora umas cortinas de linho, que separam os ambientes, e esse mix de casa e estúdio passou a funcionar de forma fluida e natural.